terça-feira, 2 de julho de 2013

O adeus

E fizestes do meu coração tripas
Pois visceralmente encantei-me ao ver-te
Mas apelo ao meu ego másculo
E busco em outros corpos a tua sedução

O gosto de outros beijos para saciar minha sede
O tocar de peles para aquecer-me
As mais doces palavras para acalentar-me
Outros olhos para fitarem-me

Teus cabelos como os de um querubim
Angelical sem tirar nem pôr
Encantou meu coração pagão
Que outrora não tinha tal crença de amor

Hoje não amo-te mais
Apenas te quero
Quero-te visceralmente, ao ponto de amar-te talvez
Não obstante, talvez

Esqueça-me assim como esqueci-me de ti
Faça como se o vento soprasse em uma só direção
Como se o ano inteiro fosse feito só de Verão
Como se o Carnaval durasse doze meses

Tenha em mim um velho amigo
Que encontrarás e darás um forte e terno abraço
Quem sabe um beijo
Quem sabe, um adeus 

domingo, 2 de junho de 2013

Descanso

Há tempos vim pensando
O que podia compor se não ando triste
Necessitava da tristeza para um novo poema
Para que eu dilacerasse meu próprio coração

Porém ando feliz
Sorridente, sem saber o porquê
As músicas que canto não são as que eu cantava
As coisas que penso não são as que eu pensava

Junto ao meu peito descansa agora um amor
Amor novo ou antigo
Cabe ao meu coração julgar
Pois este é quem seleciona meus amores

A escuridão que habitava meu quarto
Deu lugar a um clarão de luz
Que invade pela janela situada na direita
Onde vejo os pássaros, os prédios e as pessoas

Só queria uma última coisa
Que ela lesse estas humildes frases
Pois, foi para ela que escrevi todas as poesias de amor
Foi para ela toda a minha angustia guarda em meu peito!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A luta

Chorei até meus olhos secarem-se
Secaram novamente
Abri todo meu coração
Até a última gota de sangue refletir-se em meu pranto

Para a auto-sabotagem
Bebo uma dose de Whisky
Me vejo sem enxergar claramente
Sem poder observar o que está a frente

Quando vi-me
Já estava em trapos surrados
Sonhos de segunda mão
Os quais deixei passar de minha infância

Minha infância
Repleta de medos, demônios
Ainda me sondam e aterrorizam-me
Todos os dias, todas as horas

Malditos os que me fizeram passar por isso
Queria dar-lhes um soco
Mas um daqueles em cheio
Que acerta o queixo e os leva a nocaute

Não obstante, parece-me que eles nocautearam-me
Eles conseguiram fazer eu me rebaixar
Joguei a toalha branca
Que idiotice foi a minha

Gostaria de voltar no tempo
Encarar todos meus demônios e terrores
E com meus punhos
Nocauteá-los, um a um

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Circo


Busco inspiração
Olho fotos suas ao som de uma música
Aquela velha balada que tanto embalou
Milhares de corações apaixonados

Aumento o som, no último volume
Justamente no refrão
Onde minha dor é insuportável
E quero que meu pranto confunda-se com meu cantar

Nas mais remotas das minhas lembranças
Guardo ainda a figura de uma menina
Que cativou meu coração
E agora faz dele um circo onde sinto-me o palhaço

Palhaço para essa imensa multidão
Que assisti-me e dá boas gargalhadas
"Olha que tolo!" - Diz o pai para os filhos
"Que tolo, que tolo!" - Dizem os filhos para o pai

Já tentei tornar-me o domador
Infrutífero
Tentei ser o homem bala para desaparecer diante dos olhos
Infrutífero

Será que resta-me ser assistente de mágico
Para que este faça uma magia e eu desapareça
Serei eu mais tolo ainda
Ao acreditar que magia existe

Ou seria eu tolo por acreditar no amor
Na longevidade da paixão
Ao tornar-se no sentimento mais nobre
E cordial que existe, ou não

Falta-me inspiração
Inspiro, para ver se vem do coração
Algo além de paixão
Alguma ação

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Alma


É o silêncio da alma o que me acalma
Sua inquietude nada me faz bem
Fico tenso como marinheiro de primeira viagem
A tranquilidade da alma é a certeza de calmaria

Um beijo, um abraço confortam muitos
Sou um dos poucos que não precisam disso para acalmar-me
Preciso de uma palavra
Uma palavra que "devora" meu ser

Segue em linhas tortas
Minha tênue escrita
Vou em frente com meus poemas
Pois suas linhas são lagrimas derramadas por meio de palavras

Palavras que ficam obscuras nas entrelinhas
Que aos bons entendedores entenderão
Se não entenderam, bons entendedores não são
Mas que fique claro, tudo nisto é obscuro

A escuridão dessas palavras não me traz conforto
Não me traz a paz e a calma que clama minha alma
Suspiro, caso não, piro
Chega de rima porque hoje estou pra baixo

São canções alegres que tem rimas?
Não as tristes também
Então, leia este poema e pense
Mas pense numa canção triste

Aquela que você canta pensando em alguém que já se foi
Ou, que ainda e talvez nunca será ninguém em sua vida
Pois é pra este tipo de pessoas que cantamos músicas tristes
Amores e desamores, que vivem a flores

Peguei-me fazendo outra rima
Outro soneto parecendo alegre
Mas não é!
Não neste poema

domingo, 14 de abril de 2013

Mulheres


Sentei-me a beira do rio
Sozinho, sem "Lídia"
Observei os pássaros a passar
Soavam uma canção como nenhuma outra

Era o som da sua voz
O doce mel que as abelhas jamais criarão
E que jamais sentirei em meus lábios
E viverei a desejar de lambuzar-me 

Fico questionando a mim mesmo
O que fiz, de tão mal
Para merecer tal punição?
Segui de acordo com a cartilha que apresentaram-me

Sofro por ter seguido a cartilha?
Ah, esqueça, não há nada com que se preocupar
Não comigo, sou apenas o mesmo velho jovem rapaz
Reclamando de sua enfadonha desventura com mulheres

Mulheres, seres incompreensíveis aos meus olhos
Ou, ao meu coração
Faço desta frase o resumo de minha vida
Pois, vivo a vocês

Se não és Lídia, nem Helena, nem Maria...
Onde estão as Caróis, Julias, Gabrielas 
E mais de tantas elas 
Donzelas que tenho a sonhar com

E acordo como sempre
Deitado em uma cama
Em um quarto escuro e vazio

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Moça

E segue teu gingado
O rebolar quase que desequilibrante
Ao girar e girar os olhos e mentes
Dos mais atentos e observadores

Alegra os velhinhos da praça
Enlouquece as mais velhas
Vira assunto das moças de tua idade
E és eternamente desejada pelos garotos

O ser que esculpiu-te
Deve de ter se embriagado
Com a lua alaranjada ao nascer desta
E com as mais belas estrelas

O jogar dos cabelos de um lado para o outro
De um outro para o lado
Pare por favor, somente um instante
De ser tão bela!

Meros mortais de adoram
Pois és um pecado
Que de todos
É o que mais atenta

Vivemos na esperança
De um dia termos de ti
O doce de teus lábios
E o sabor de teu corpo

terça-feira, 9 de abril de 2013

Sapato

Me acordo, ainda desacordado
Tonto, desnorteado
Ouço o barulho de quem já despertou
E penso "Por que tenho de levantar?"

Arrumo-me, tomo café
Olho para as notícias,  nada de diferente
Colunas sociais repletas de sardinhas
E a política de peixe podre

Saio de casa
E casualmente encontro-te
Falta-me saliva para falar contigo
O coração que sobressai a minha voz

Pobre homem que vive ainda como um garoto
Refém de si mesmo
Na tortura de olhar-te e não fazer nada
Apenas observar-te como és, uma arte

Será que um dia me olharás do mesmo jeito que olho-te?
Poderás um dia ter em mim uma paixão tão platônica?
Beberás do mais vagabundo Whisky para encarar-me
E te acharás inferior a mim?

Por que faço isso comigo?
Amarro meus sentimentos como amarro meus sapatos
Forte e bem laçado
Para que não tenham chances de saírem

Meus punhos serrados
Surram minha parede
Onde raivoso, desconto tal raiva
Olho para o espelho e só vejo lagrimas

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Escuridão

No escuro da noite
Quando até mesmo o silêncio silenciar
Ouvirei meus pensamentos agitados
Meus conflitos internos enfrentando-se

Sei que vou levantar-me
Irei a cozinha, servirei-me de água
Tomarei alguns goles
E voltarei a tentar dormir

Que tolo sou eu
Acreditando que posso voltar a dormir
Se os conflitos de meus pensamentos
Ainda não cessaram

Viro-me para um lado
Viro-me para o outro
Que diferença faz
Sigo só, fazendo o único ruído que ouve-se

Quero chorar, não obstante as lagrimas secaram-se
Quero berrar, porém sinto-me mudo
Quero espancar a parede, mas esvaiu-me minha força
Quero saltar da janela, no entanto o suicídio não me cai bem

Desculpe-me o trocadilho feito a frase anterior
Desculpe-me, por cortar-lhes o coração, ou não
Quem importa-se com o que está acontecendo ao vizinho?
Quem importa-se com o que realmente está acontecendo?

Tornados, furacões e terremotos
Todos acontecendo em um só lugar
Todos acontecendo em minha cabeça
Arrebatando meu sono

Sono, sagrada hora
Onde me oportuno de ter momentos bons
Quando sonho, em voar como pássaros
Triste hora em que levanto-me a realidade do escuro

Escravos do dia

Ao abrir dos seus olhos, abre-se um mundo
Um mundo onde tudo é castanho esverdeado
O mundo dos meus sonhos
Onde eu desejava repousar

Ao abrir os meus olhos
Sinto o latejar da incessante enxaqueca 
E a náusea em meu estomago
Estes perturbam meu amanhecer

Tomo junto ao meu Prozac um remédio que cure
Que cure essa maldita ressaca
Pergunto ao médico: "Doutor, existe remédio para o esquecimento?"
Este responde-me: "Meu caro, ainda não criaram esta divindade!"

Aí então perguntam-me, ou não
"O que tens a esquecer meu caro?"
Respondo-lhes: "Tenho de esquecer, o porquê tenho de beber!"
E segue-se a proza

Você no entanto bebe por puro libido ao álcool
Sou impossibilitado desse prazer
Pobre homem, nem mesmo na boêmia encontra alegria
Encontro apenas falsas amizades eternas 

Vou a tabacaria de Fernando
Talvez lá ele tenha algo que dê-me felicidade
Ó meu caro amigo e colega
Tantas vezes amparou-me, tu que nunca quis ser nada

Fomos separados pelo lapso temporal de anos e anos
Pela força brutal que a vida insiste em separar possíveis amigos
E apresenta-lhes apenas falsas amizades da noite
Forçando-lhe a beber cada vez mais

Nunca encontrei um "amigo" desses em uma cafeteria
Jamais vi homem ou mulher com tal conversa durante o dia
Pois durante o dia somos escravos de nós mesmos
Esperando pela noite, para nos libertarmos 

"Prepara um bom sanduíche!"
Disse o jovem ao meu lado
Perguntei a ele sobre o futebol
Este foi sucinto ao responder que seu time perdera

A noite encontro o mesmo homem
Antes estava de terno, agora veste uma roupa qualquer
Antes era intocável não tinha muitas palavras
Agora faltavam-lhe bocas para tantos verbos

O corpo

Olho no fundo dos teus olhos
Lágrimas que não caem
Mentiras que são ditas 
E verdades escondidas

Olho na tua boca
Os mais belos lábios
Que tomam goles secos de falsidade
E falsos goles de ternura

Olho no teu corpo
Falsos seios, que comprastes
Verdadeira fome, que temes de engordar
Fome insaciável de mostrares de verdade quem és

Olho no espelho
Vejo meu rosto
Olhos cheios de lagrimas
Das falsidades que ouço, e das que tenho dito

Vejo meu corpo
Sobrepeso indesejável, sem músculos
E o coração dilacerado
Pelas mentiras por ti ditas, e as verdades por ti escondidas

domingo, 7 de abril de 2013

Perfume

"Perfume"

Hoje é sábado
Meu dia favorito da semana
Não tenho de trabalhar
E finjo que saio para me divertir

Encontro companhia nos outros boêmios
Estes que encontro em bares, boates...
Viro instantaneamente seu melhor amigo
E prometem-me amizade eterna

Seguem-se as horas
Meia-noite, uma, duas, três... Quatro horas da madrugada
E começo a sentir-me só
Mesmo envolto de dezenas de pessoas

Olho ao meu redor
E não há nada de mais confortante
Do que um gole de bebida
Para ver se consigo esquecer que estou só

Sinto a depressão suavemente dar seu "olá"
E ela não deve dar seu adeus tão cedo
Esta é minha única companheira da noite
Minha fiel parceira das noites em que ludibrio-me

Por que perfumo-me ao sair de casa
Se é o álcool que exalará maior odor
Por que penteio-me se já me faltam cabelos
Malditos produtos da beleza inexistente! 

sábado, 6 de abril de 2013

Ópio, vida e outras drogas

"Ópio, vida e outras drogas"

Para que serve a solidão?
Para ouvir as batidas do meu coração
Para que servem as batidas do meu coração?
Para manter-me vivo

Mas não quero manter-me vivo
A vida não serve-me o ópio necessário
Necessário para suportar meu dia a dia
Necessário para não desistir

Mas por que ainda não desisti?
Deve ter faltado a coragem
Coragem é algo que sempre me falta
Falta-me o ópio da vida

Meu cachorro, meu companheiro
Acendo um charuto e olho para as estrelas
Aonde estarão meus amigos, aonde estará a mulher
A mulher que talvez traria-me paz?

Não há paz neste mundo
Não há se quer um momento de silêncio
Pois o meu coração segue a bater
E eu sigo vivo, só e sem o ópio necessário

Primeiro poema "Os goles"

Começo hoje minha série de postagens no meu novo blog! Segue abaixo meu primeiro poema!

Os goles

E ela segue a passar por mim
Finge que não existo
Finge que não me vê
Trago meu primeiro gole de Whisky

Ela passa novamente
Lanço-lhe um sorriso
Ela não responde-me, ó Deus!
Trago meu segundo gole de Whisky

Vou ao banheiro
Não percebo nada de diferente em mim
Nada que faça ela não me reconhecer
Trago meu terceiro gole de Whisky

Mas ela insiste em passar veemente por mim
Ingrata solidão noturno onde os passos dela tomam minha atenção
A garrafa do velho Johnny já está se esvaziando
Tomo meu quarto, quinto, sexto... goles de Whisky

Mas agora, para onde fora?
Perdi-a de vista? Ou eu perdera a vista?
Perdi sim a cabeça ao entornar a garrafa goela dentro
Com meu ultimo gole de vida